A Viagem de Janita

O livro abriu-se como um convite ao sonho. As folhas macias desdobraram-se diante dos meus olhos, revelando um mundo de cores vibrantes. O azul do céu estendia-se infinito, como um abraço luminoso, e as nuvens pareciam pedaços de algodão onde os desejos podiam repousar. O desejo de viver, de crescer, de descobrir.

Janita queria tudo isso. Mas a vida e a morte entrelaçam-se num caminho misterioso, e o seu corpo frágil não conseguiu vencer a doença. Ainda assim, a sua história não terminou ali.

Numa manhã serena, quando o sol beijava a terra com suavidade, apareceram dois companheiros inesperados: a ave do paraíso, com penas resplandecentes, e o jacaré pinguim, de olhar sábio e sorriso travesso. Eram mensageiros de felicidade, viajantes de mundos desconhecidos. Tomaram Janita pela mão e, juntos, partiram numa viagem fantástica, onde ele pôde finalmente correr, saltar, rodopiar como uma bola de futebol num jogo sem fim. Procurava a felicidade.

Visitaram a Terra da Alegria, onde o riso era o idioma universal. Depois, pousaram na Terra do Conhecimento, onde o amor que existe dentro de nós nos faz amar cada vez mais os outros. Na Terra da Paz, o sol brilhava e respirava-se bem-estar e autenticidade. A Terra da Humildade e da Tolerância ensinou-lhe a beleza de compreender o outro. Na Terra dos Afetos, havia carinho e abraços que aqueciam a alma. Mas nem todas as terras tinham bons propósitos: a Terra do Egoísmo e da Inveja mostrou-lhe rostos carrancudos e corações pesados.

Em todas essas jornadas, Janita segurava firme a mão da sua mãe. O amor dela era o fio invisível que o ligava à vida. Agora, lá do alto, Janita continua a olhar para os seus pais, enviando-lhes murmúrios de esperança. Quer vê-los felizes, quer que continuem a sua luta diária com amor, com ternura, com paz.

Porque, mesmo longe, Janita ainda vive nas cores do céu, nas carícias das nuvens, no brilho das estrelas. E, sobretudo, vive na memória e no amor de quem nunca o esquece.








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